Vamos conhecer os produtores e construtores ecológicos...
O grupo de produtores é formado por unidades cujo enfoque principal gira em torno da produção rural e da construção de valor a partir da terra.Olhando um bom trabalho na floresta
Assim, um traço marcante dos produtores é a característica de estar relacionado às atividades de plantio e de construção.No Brasil, a atividade produtiva ocorre de maneira variada, a depender da região e dos costumes de cada lugar.De acordo com o último Censo Agro do IBGE (2017), a área total utilizada pela agropecuária corresponde a 351 milhões de hectares (41% do território nacional) e é composta por grandes, médios e pequenos produtores.Cabe ressaltar que a maioria dos estabelecimentos (77%) são de agricultores familiares, que são também os espaços onde se emprega abundante mão de obra e onde se produz a maior parte dos alimentos.Por outro lado, embora em menor quantidade de estabelecimentos, mais da metade da área utilizada para a agropecuária é formada por grandes proprietários, que, por sua vez, contam com sistemas mecanizados de larga escala, para atender, substancialmente, a demanda do mercado de exportações.Além disso, também podem ser consideradas como áreas produtoras de alimentos e regeneradoras de floresta, as reservas de terra indígena, que correspondem por um total de 117 milhões de hectares (13% do território nacional), onde prevalece a atividade rural de caráter sustentável e regenerativo.Dentre as mais diversas culturas desenvolvidas, temos a lavoura e a pecuária como as principais atividades rurais praticadas no Brasil.Na EKONAVI, as unidades produtoras têm por objetivo a construção de sistemas rurais mais ecológicos, em busca de autonomia produtiva e de geração local de insumos.Assim, podemos encontrar a predominância de atividades que mesclam todo tipo de práticas tradicionais, convencionais, modernas e rústicas, em torno do objetivo de se alcançar uma produção cada vez mais orgânica e agroecológica.Nas zonas rurais, as práticas de agrofloresta, compostagem, meliponicultura, óleos essenciais, agroecologia e permacultura podem ser visualizadas.Na área da bioconstrução, existem fazendas, sítios, aldeias e ecovilas que trazem, como atividade estratégica, a construção ecológica, conectando as tecnologias da terra na preparação de habitações e outras edificações.Nas aldeias indígenas, o modo de vida de caráter ecológico-extrativista é parte da identidade dos povos originários, tendo em vista a herança cultural de práticas ancestrais e a forma de organização das comunidades.As atividades das mais diferentes etnias que integram a sociedade brasileira expressam sua simbiose com a natureza e sua qualidade de vida.O modo de cultivar a natureza, através dos roçados na mata, com a derrubada das árvores maiores para o cultivo da mandioca, do inhame, do milho, das favas e dos jerimuns; plantando por entre os tocos e troncos caídos, revelam características de uma agricultura de abundância e sustentável, aproveitadas na agrofloresta de sistemas regenerativos.Acresce-se que as práticas agrícolas desenvolvidas pelos indígenas não podem ser consideradas simplesmente como formas de manejo da terra, mas são também parte de suas tradições, costumes e espiritualidade, traduzindo os seus diferenciados modos de viver.Por outro lado, as formas tradicionais de habitação indígena inspiram os produtores de bioconstruções, pelas suas características de aproveitamento da terra e dos insumos florestais.Na história dos primeiros povoados do país, ficou muito conhecido o método de taipa de pilão para a construção de moradias, igrejas, e estabelecimentos vários, muito pela mesclagem de influências árabes trazidas pelos portugueses com os costumes indígenas.Destaca-se que, no decorrer dos tempos, muitas edificações no Brasil ainda continuam optando por adotar uma arquitetura que combine essa tradição com tecnologias contemporâneas, na busca constante de se alcançar um equilíbrio entre eficiência e sustentabilidade.Nas cidades, as atividades produtivas podem ser encontradas na figura das Hortas Urbanas, espalhadas pelos municípios e vilas do país.Com o desenvolvimento das metrópoles, grande parte da população passou a se concentrar no meio urbano, aflorando a necessidade de cultivo de alimentos nesses espaços, como forma de arrefecer os efeitos do distanciamento do meio rural.Essas hortas se apresentam nas mais variadas maneiras, como quintais produtivos, espaços de socialização, hortas comerciais e áreas de revitalização.Muitas cidades possuem planos bem desenvolvidos nesse setor e incentivam a proliferação desses espaços na sua jurisdição.No entanto, apesar desse objetivo comum, o grande tamanho do Brasil e a ampla gama de biomas implicam que os produtores da EKONAVI têm caminhos diferentes a seguir para atingir seus objetivos.Os desafios testemunhados em campo variam desde esforços para reverter as perdas de biodiversidade, como na região do Portal da Amazônia, até a reabilitação de lotes urbanos ou residenciais degradados (criando pequenos sistemas agroecológicos em áreas urbanas e periurbanas).Em regiões historicamente exploradas pela atividade agropecuária, que adotaram por séculos uma má gestão da terra, utilizando os recursos naturais até sua exaustão, os sistemas ecológicos tem papel fundamental na regeneração da atividade rural.Subsequentemente, diferentes unidades de Produtores têm necessidades diferentes. Em regiões mais secas, um processo de irrigação pode ser crucial para se implantar, para um melhor potencial de crescimento, principalmente nos estágios iniciais após o plantio.Em regiões amazônicas, principalmente onde áreas silvestres são constantemente atacadas e derrubadas, uma agrofloresta pode ser alvo da fauna silvestre, em função da escassez de recursos.Finalmente, em áreas onde a natureza e o crescimento das árvores foram os mais desenraizados, as inundações podem ser uma preocupação maior do que em outros lugares.A EKONAVI busca destacar cada Produtor em sua singularidade – tanto no fruto de seu trabalho quanto nos desafios que enfrenta.Seu trabalho mostra-se cada vez mais relevante diante dos desassossegos trazidos pelas desafios climáticos, não deixando nenhum bioma inalterado.Alguns estudos mostram que a restauração de ecossistemas desempenha um papel crucial na limitação do impacto das mudanças climáticas e, inclusive, as Nações Unidas tornaram isso parte integrante de seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - #13 (ação climática) e #15 (vida em terra).Os produtores da EKONAVI, por meio de seu trabalho, agregam os ODS #2 (fome zero), #8 (trabalho decente e crescimento econômico), #11 (cidades e comunidades sustentáveis), #12 (produção e consumo responsável).