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Chamada para o mutirão 29/06/25
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Chamada para o próximo mutirão
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Me interessei ao primeiro contato. Com a observação veio o encantamento, por essa espécie tão singular, e, ao mesmo tempo, multifacetado.
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Juntos um apoia o outro
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E assim como na floresta a agrofloresta e nós humanos nos desenvolvemos juntos, cada um do seu jeito cada um no seu extrato. Cada um com a sua importância. Quem sou eu nessa floresta ??? Quem e você nessa floresta ??
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URUCUMACUÃ BY H.H.ENTRINGER PEREIRA 2a.EDIÇÃO LIVRO 2 CAP. 55
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A CORRIDA NUMPÉSSÓ As festividades comemorativas ao casamento imperial seriam concluídas com a Corrida Numpéssó. A população da cidade do Elo Dourado, agora Império do Elo Dourado, juntamente a seus hóspedes, os convidados do Imperador Médium e da Imperatriz Gônia, estavam se movimentando em torno da organização da esperada Corrida, anunciada com as outras programações alusivas ao grande evento. Professora Plínia havia ordenado a limpeza, sinalização e balizamento dos locais por onde os corredores passariam, resultando numa extensa alameda entre árvores de castanheiras (Bertholletia excelsa ), imburanas-de-cheiro (Amburana cearensis ), cedros (Cedrela odorata), mognos (Swietenia macrophilla), pequis (Caryocar brasiliensis ), manacás-da-serra (T. mutabilis) e espirradeiras (Nerium odoratum ), que exibiam maravilhosa e perfumada floração, transformando a pista da corrida numa sombrífera e arejada via florida. A primeira parte da manhã seguinte ao casamento já findara. A população da cidade do Elo Dourado e seus hóspedes, convidados do Imperador Médium e da Imperatriz Gônia, se movimentavam em torno da organização da Corrida Numpessó, anunciada com entusiasmo juntamente às demais comemorações do casamento real. Aquela modalidade esportiva, praticada com exclusividade no Reino do Elo Dourado, só rivalizava em preferência popular com as corridas anuais de cavalos, na Hípica Tenusa, do Reinado de Trindade, nos domínios do Rei Mor. Reis, rainhas e outros descendentes da nobreza viajavam por terra e água, dias e dias seguidos para assistirem ou participarem daqueles disputados eventos. Alguns corredores de Numpessó acumulavam fama e riqueza pela contagem de vezes que venciam as disputas. Os apostadores porfiavam enormes quantidades de ouro, proporcionais ao peso corporal dos seus corredores favoritos. Naquele ano, o Príncipe Nico era o franco favorito, pelas vezes que vencera outras corridas Numpessó – O que enchia de orgulho seu usurário pai, o Rei Pindaíba, e sua não menos avarenta mãe, a Rainha Tapera. A ralé, despeitada pelos montes de ouro que o arrogante e exaltado Príncipe Nico havia ganhado com suas bem-sucedidas participações no esporte e pela grande soma em ouro ganho pelo casal sovina, debochavam da família do Rei Pindaíba, que juntava a fome à vontade de comer. Havia mais dois corredores igualmente calibrados: o filho do Rei Kórnio e da Rainha Bisca, Príncipe Surubim, conhecido pelo apelido de Ur, e o Príncipe Pintado, filho do Rei Boio e da Rainha Ália. Mais de cinquenta corredores estavam inscritos, entre representantes reais, da nobreza e da plebe. A corrida Numpessó tinha regras bem definidas. O corredor podia se utilizar das duas pernas, desde que fosse uma de cada vez. Se colocasse os dois pés ao mesmo tempo no chão, os fiscais da prova – sempre muito atentos, portando bandeiras vermelhas, sinalizavam a esperteza agitando as flâmulas, desclassificando o corredor, o que acabava por se constituir em grande desonra. Dada a largada, sob os aplausos efusivos e calorosos de grande plateia, os três príncipes favoritos logo abriram vantagem e revezaram, ora um, ora outro, na dianteira da prova, com poucas pernadas de diferença entre eles. A conclusão do percurso exigia 212H. H. Entringer Pereira grande resistência física e habilidade. Todo o trecho entre as floridas alamedas perfazia um total de dez mil pés, equivalentes a pouco mais de três quilômetros e meio. Cerca de quinze minutos após a largada, o Príncipe Nico vencia novamente a corrida. E na segunda posição ficou o Príncipe Pintado, e em terceira o Príncipe Surubim, o Ur. Devidamente honrados e agraciados respectivamente com as taças de ouro, prata e bronze, o vencedor foi coroado ainda com folhas de louro, e todos os três ganharam também algumas amostras perfumadas dos sensacionais sabonetes Barra Alimpa das mãos da própria Rainha de Sabom. Ela assistira à corrida tão entusiasticamente que prometera voltar em visita ao Império do Elo Dourado, dali a três anos, para comemorar o nascimento dos príncipes gêmeos Urucumacuã e Kurokuru e assistir novamente à corrida Numpessó. Ao colocar a coroa de louros sobre a cabeça do Príncipe Nico, a Rainha Gônia, a quem coube tal honraria, lembrou-se de sua desaparecida tiara de camafeus. Enquanto o Grande Rei agraciava indistintamente todos os participantes da corrida, nobres ou plebeus, com um vistoso medalhão de cobre, gravado com as insígnias do Império do Elo Dourado – um escudo composto de um quadrado com os cantos em formato de losango tais como as muralhas do Palácio Fortaleza, com uma espada Kalibur no centro, à direita uma palmeira, à esquerda uma árvore frondosa, um Sol no interior do quadrado e letras escritas numa faixa vermelha sobre a empunhadura da espada: R.M. – R.G.: I.E.D. (Rei Médium – Rainha Gônia: Império Elo Dourado) – Rainha Gônia achegou-se ao Rei Médium discretamente e perguntou: — Senhor, tu viste o Príncipe Andy entre os que correram Numpessó? — Não que eu me lembre. Mas é fácil saber. Já reparaste entre os que estão recebendo as medalhas do Grande Rei? – tranquilizou-a Rei Médium. — Já reparei. Não o vi – observou Rainha Gônia. — Vamos perguntar à Professora Plínia. Ela mesma fez as inscrições dos corredores nesta prova. Mago Natu estava próximo da Professora Plínia e percebeu quando falaram a respeito do Príncipe Andy: — Querem saber onde está “Y”? – adiantou-se. — O senhor sabe? – inquiriu Rainha Gônia. — “Y” está com a tiara – disse Mago Natu, repetindo a mesma frase que pronunciara durante a cerimônia lunar do casamento. Rei Médium lembrou-se de que teria mesmo ouvido aquela espécie de senha, exatamente como a Rainha Gônia, enquanto estavam ao pé do altar durante a cerimônia. Indagou ao Mago Natu: — Por que “Y” fez isso? — Creio que está sendo manipulado por alguém. Certamente colocou-se à disposição do Bruxo Neno, para satisfazer desejos obscuros de alguns. Enquanto assistíamos ontem à tarde à apresentação dos Falcoeiros, percebi quando o Rei Mor, o Príncipe Andy e o Bruxo Neno se ausentaram por uns tempos. É possível que o Bruxo Neno queira não somente se vingar da triste sina da sua mulher, a Tal Taruga, como também se utilizar da joia da Tia Ara, porque agora é da Imperatriz Gônia, para transformá-la em objeto de encantamento, concretizando suas mundrungas para 213H. H. Entringer Pereira convencer o Rei Mor ou a outros que pretende impressionar com seus pretensos artifícios, usando-a como fetiche. — Neste caso – disse a Imperatriz – preciso recuperar forçosamente a joia da minha Tia Ara. Basta-me o que fizeram aos meus pés, antes mesmo de eu nascer. Mago Natu olhou para o Imperador Médium, esboçou um sorriso cúmplice, pensou consigo “farão ainda pior” e perguntou: — Descobriste o segredo? A Imperatriz Gônia também sorriu discretamente. Antes que o Imperador Médium se manifestasse, adiantou: — Prometeu-me belos calçados para as minhas patas. — Sim, a essas patas! Muitas, belas sapatas – disse o Imperador. Retornando ao assunto do desaparecimento da joia da Tia Ara, presenteada desde quando a princesa se tornou rainha, a Imperatriz Gônia, Mago Natu e o Imperador puseram-se a procurar o Príncipe Andy, para se certificar de que o objeto tivesse mesmo com ele. O Imperador Médium, confidenciando suas preocupações com a atitude do jovem Príncipe “Y”, filho do Rei Mende e da Rainha Trapa, ouviu do Mago Natu: — Parece-me razoável que a esta hora o Príncipe Surubim e o Príncipe Pintado estejam se banhando à beira do rio. Pela amizade que têm com o Príncipe Andy devem estar juntos, comemorando a premiação na corrida Numpessó. Vamos primeiramente aos aposentos do Príncipe “Y”. É preciso verificar se lá se encontra. — Quem lá se encontra, o Príncipe “Y” ou a joia da Tia Ara? – indagou o Imperador. — Senhor Imperador, os dois, um dos dois ou nenhum dos dois. — Assim é muito fácil... – brincou o Imperador Médium. Qualquer prognóstico que dê, Mago Natu acerta sempre! Riram-se, indo em direção ao Palácio Fortaleza. Numa das doze casas de hospedagens reais, na Casa de Escorpião, estava a família do Rei Mende e da Rainha Trapa. Príncipe Andy, porém, não se encontrava nos aposentos. — Julguei certo – comentou Mago Natu – Estão todos à beira do rio, deliciando-se com os sabonetes. Façamos uma busca. Quem sabe a joia esteja entre seus pertences... Não encontrando a joia preciosa, Rei Médium sugeriu que esperassem até o dia seguinte, quando a família estivesse se preparando para voltar ao seu distante reinado, próximo de onde o rio da Madeira se juntava ao Grande Rio. A Imperatriz Gônia, decidida a evitar constrangimentos, afinal não se tinha certeza de que fora o Príncipe “Y” quem havia pegado a tiara, concordou com o Imperador e assentiu que a prudência recomendava melhor investigação. — Ainda que Andy tenha roubado a joia da Tia Ara, dentro de três anos, todos voltarão para a festa de nascimento dos nossos filhos, Urucumacuã e Kurokuru... Até lá, certamente teremos oportunidade de recuperá-la. — Por falar em joia – atalhou Mago Natu – está na hora de encomendarem ao ourives Kalibur as espadas dos seus filhos, os príncipes gêmeos. Devo preveni-los de uma coisa: a Senhora Kalibur também dará à luz um menino no mesmo ano em que a 214H. H. Entringer Pereira Imperatriz terá seus filhos. Encomendem, pois, as espadas, porque talvez não dê tempo de ele atender as duas encomendas. — Queres dizer que Kalibur vai nos deixar? — Faça o que lhe digo. O tempo é que dirá! — Bem lembrado, farei isso o mais breve possível — prometeu o Imperador Médium —. Se até lá a joia da Tia Ara não aparecer, também pedirei que Kalibur confeccione outra, mais bela ainda, com mais esmeraldas e o dobro de brilhantes, especialmente para a minha amada Imperatriz, Rainha Gônia.
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Retorno dos trabalhos
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Agora com o inverno começando as atividades do apiario diminuem em relação às visitas nas caixas, porém, o trabalho na oficina segue e tende a aumentar devido ao tempo que temos disponível agora com a baixa movimentação nas caixas. Arrumar caixas, quadros e ferramentas. Preparar novas caixas para a nova temporada que começa logo com as primeiras flores da primavera. Gratidão pela vida.
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Colheita de açafrão da terra
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A abundância da natureza Fizemos uma colheita de açafrão da terra. E agora estamos nos estudos de como processar da melhor forma dentro do nosso contexto. Alguém tem dicas de qual a melhor maneira de transforma em pó??? Gratidão
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Nossa produção vem crescendo um pouco mais devagar nessa época mas com toda beleza!
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E agora com tubetes naturais
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Não importa a variedade do café
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*VAQUINHA - ÑANDE REKO* Como muitos sabem, o carro de um companheiro da Teia foi furtado na véspera da Pré Jornada no Mario Lago e, dentro dele, estavam alguns produtos da família ÑandeReko do Assentamento Agroecológico Egídio Brunetto. Com essa vaquinha, esperamos cobrir os custos dos produtos. Se cada um contribuir um pouco, chegamos lá! *Lista produtos furtados e valores*: 4 repelentes (R$28,00 cada) = R$112,00 7 tinturas (R$40,00 cada) = R$280,00 1 própolis = R$45,00 11 urucum (R$12,00 cada) = R$132,00 1 mel com favo = R$45,00 1 pulseira Teia dos Povos = R$100,00 Total = *R$714,00* PIX: [email protected] (Lana Priscilla Donatti) *Enviar comprovante p/ Nina* 1199407-0294 Contamos com vocês! *Com apoio mútuo, avançamos!*
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URUCUMACUÃ BY H.H.ENTRINGER PEREIRA - LIVRO 2 CAPÍTULO 54
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a SAGRAÇÃO DA SOBERANA RARA Na Sala do Trono, os nobres palacianos, os quatro cavaleiros visitantes e o Louco aguardavam a cerimônia solene de sagração da Rainha Alzira, a Soberana RARA. A guarda real colocou-se perfilada em duas colunas, trajada com seus fardões de gala e suas espadas reluzentes cruzadas, formando um túnel sob as quais logo adentraria a rainha, vindo a sua frente o Mago Natu e quatro sentinelas, conduzindo a espada, o cetro, a coroa e o manto que pertenceram ao falecido Rei Albe, o Rico, símbolos supremos daquela Casa Real. Pela janela aberta, o Sol iluminava o trono cravejado de esmeraldas e brilhantes. Mago Natu iniciou o ritual da sagração e juramento colocando, primeiramente, a Coroa sobre a cabeça da Rainha Alzira: — Para que tenhais sabedoria, lembrando-se de que sempre há um Poder Maior, Superior a qualquer Rei ou Rainha que passam sobre este chão. – Entregou-lhe o Manto – Para que lembreis dos que dependem de vós, dos que lhe prestam vassalagem e serviços e de tantos outros que, vindo à vossa retaguarda, não sejam pisados. – Entregou-lhe o Cetro – Para que lembreis de que o Poder sendo um só, o que está em cima é como o que está embaixo. E, finalmente, entregou-lhe a Espada – Para defenderes teu reino com honra, dignidade e Justiça. — Senhora das Pedras Verdes, Rainha Alzira do Reino de Avilhanas, Eu vos consagro e declaro Soberana RARA. Perante o Sol que a tudo e a todos aquece e clareia, juras que reinarás sobre tudo o que está nos teus domínios, aos fracos e aos fortes, com igualdade, bondade e justiça? — Sim, perante o Sol, eu juro! — Assim então será. Daqui a nove luas cheias, nascerá de ti o fruto que está sendo gestado. Lamentarás, no futuro, o que no passado plantaste! Teu herdeiro te sucederá, mas sua geração não reinará. Que haja Paz e bonança sobre teus dias! Houve um silêncio profundo, interrompido pelo tinido das espadas que se entrecruzaram à passagem da Soberana RARA em direção ao trono. Emocionada, compreendia o que as palavras do Mago Natu significavam. Entregou-se às lágrimas. Seu coração não lhe enganava. Sabia perfeitamente o que tinha plantado e qual haveria de ser sua colheita. Recompôs-se de pronto, convidou a todos para uma refeição que já estava servida e pediu ao Louco que cantasse umas trovas bem alegres. Convocou seu Intendente de Contas e Justiça, Duque de Contagem, bem como seu nobre e honrado corpo de conselheiros para o primeiro de seus atos régios: a inspeção ao cárcere do Reinado. Queria conhecer pessoalmente quais e quantos eram seus súditos prisioneiros. Os calabouços do Palácio das Esmeraldas não se diferenciavam dos congêneres dos outros palácios, mas apresentavam características que os notabilizavam: em atendimento aos apelos da própria Rainha Alzira, o Rei Albe, o Rico, ordenou que fossem dotados de janelas, por onde penetrasse a luz do sol, e que os condenados não ficassem acorrentados. Bastava-lhes a prisão, ainda que hediondos fossem seus delitos. O período de prosperidade e paz de que o Reino de Avilhanas gozava refletia-se na insignificante estatística do número de encarcerados. Quando a Soberana 209H. H. Entringer Pereira RARA convocou o Duque de Contagem para acompanhá-la em sua excepcional e inopinada visita, percebeu que seu mais eficiente e competente vassalo empalidecera, aparentando-se intensamente perturbado e receoso. Prontamente, o inquiriu: — O que temes? Há algo nas enxovias que eu não possa conhecer ou ver? Fiel à verdade e honrado o suficiente para não falsear com a nobreza de seu caráter, o Duque de Contagem humildemente respondeu: — Senhora Soberana RARA, sou vosso fiel e leal vassalo, mas não me dê as costas, vossa benignidade, com o que sou sincero em revelar-vos: meu bondoso e honrado pai encontra-se entre os vossos desventurados prisioneiros. — Tens um motivo a mais para acompanhar-me. Vamos, sem demora! Pela primeira vez, desde a época em que foram sentenciados, os prisioneiros puderam olhar para a Rainha Alzira. Rei Albe, o Rico, firmara com força de lei a proibição de a rainha visitar condenados, para não a sujeitar a ouvir-lhes as infâmias ou testemunhar outras vilezas próprias dos criminosos. Pasmados, surpreendidos pela visita, prostraram-se em reverência diante da Soberana RARA, evitando erguer os olhos para fitá-la diretamente. Uníssono, exclamaram: — Bendita és tu, Soberana RARA! Tende misericórdia de nós! Abrindo o grande portão de ferro que os mantinha isolados e imersos naqueles úmidos compartimentos de pedras, o Duque de Contagem, de cabeça baixa, caminhou em direção ao seu pai e, numa reverência respeitosa, beijou-lhe a mão. Rainha Alzira comovida com a inusitada cena, perguntou ao Duque: — Diga-me, Senhor Duque, que crime cometeu vosso pai? — Senhora Soberana RARA, o Senhor Rei Albe, o Rico, o condenou ao calabouço por tempo indeterminado porque, no período em que estivestes ausente, recusou-se meu honrado pai a fazer o transporte de uma caixa de prata cheia de esmeraldas para vossa inimiga, a Marquesa de Sonça e... — Basta! Não é preciso que continues. Um homem igual ao vosso pai, que ao filho educou com tanta honra e galhardia, que defendeu com sua liberdade, quiçá a vida, parte da fortuna desta soberana e de seus filhos, está prisioneiro por infortúnio, não por ter cometido crime. Livrai-o, imediatamente! Os outros prisioneiros também se alegraram com a altivez da rainha e pediram: — Senhora Soberana RARA, perdão, clemência para nossas culpas... Rainha Alzira indagou-lhes um a um a duração de suas penitências. Quase todos ouviu, à exceção de um, que permanecia calado. À medida que o Duque de Contagem proclamava o prazo de cada sentença e a quantidade de tempo já expiado, caso a caso, a soberana reduzia o tempo de provação à metade, assim, libertando quase todos, pois muitos já haviam cumprido além da metade do tempo de suas condenações. Por fim, ao único condenado que permanecia quieto, a rainha indagou: — Quanto a ti, por que não rogas a teu favor? Não te sentes digno de minha indulgência? — Magnânima Senhora Soberana RARA, ao meu caso não há indulgência que baste. Estou condenado até a morte nesta tristonha prisão. Como havereis de reduzir minha penitência ao meio, se não podeis prever com exatidão quantos dias terei a viver? 210H. H. Entringer Pereira — Pois farei justiça a ti também. Sairás um dia livre e voltarás preso no outro. No dia de tua liberdade, trabalharás pelo dia que estarás preso, e assim enquanto viveres. O condenado Barroso ajoelhou-se diante da Rainha Alzira e aos prantos manifestou sua gratidão. Percebendo que se tratava de um homem de boa palavra, inquiriu-lhe sobre os malefícios que o levaram à prisão perpétua. — Senhora Soberana RARA, não me fez vosso marido injustiça de todo, mas tirando-me a liberdade, condenou também minha inocente mulher e filhos à indigência. Condenou-me por me acusarem os outros comerciantes por auferir lucro excessivo das coisas que comercializava com a morte das pessoas, embolsando grande riqueza provinda da desgraça inevitável aos vivos. — Tal não julgaria eu, pois não me parece assim equitativo: não há benefício próprio que a outrem não resulte em prejuízo. Lucra o lavrador, se aumenta o preço do trigo; lucra o construtor quando arruína a casa alheia; nenhum médico sobrevive sem que a saúde falte a tantos... Assim nos ensina a natureza: morre o cavalo em benefício do urubu. Preferes teu dia de liberdade ainda hoje ou amanhã? — Hoje. Agora mesmo, Senhora, porque amanhã... quem me garantirá que estarei vivo? Abriram-se todos os cárceres. Não houve mais prisioneiros em Avilhanas, enquanto durou o reinado da Soberana RARA.
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Momentos lúdicos são fundamentais pro envolvimento/desenvolvimento da criança, mais eles estão em alerta aprendendo o tempo todo.
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