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URUCUMACUÃ - Cap. 13 H.H.Entringer Pereira
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A CORRIDA NUMPESSÓ Em menos de uma hora, a cidade do Elo Dourado experimentava um rebuliço de cavaleiros, carruagens, embarcações de todos os tamanhos e modelos só comparável ao registrado durante as festividades do casamento do Rei Médium com a Rainha Gônia. Os preparativos para a grande corrida Numpessó estavam concluídos, e a Professora Plínia acertava com o Imperador pormenores para garantir que a entrega dos prêmios ao primeiro e segundo colocados obedecesse ao ritual proposto pelo Mago Natu. Acercando-se de cuidados para que a tragédia provocada pela interferência do Bruxo Neno não se repetisse, evitando que outros príncipes pudessem ser atingidos por feitiços recorrentes e influências mágicas irreversíveis, o Imperador ordenou que seus guardas vasculhassem a cidade do portal norte ao sul, de um lado a outro do cais do porto, à procura de suspeitos desordeiros e do próprio bruxo, que não fora visto naquele dia circulando no meio dos convidados, mas sabia-se que estava no Elo Dourado. Outra presença não menos preocupante, o Conde Rasku, exigia do Imperador tanto maior de atenção, ainda mais que pesava sobre ele a desconfiança de ter liderado o bando que invadira a chácara do Senhor Frutuoso, quase o matando, na tentativa de extorquir-lhe o anel sem dono. Todavia o Conde Rasku se mantinha distante, algo taciturno, evitando contatos demorados com os outros nobres, esquivando-se dos possíveis questionamentos sobre o medonho e trágico desfecho de seu efêmero casamento, rematado em escândalo, com o saldo extraordinário da mulher encantada em fera, ele próprio amaldiçoado todas as sextas-feiras de lua cheia num lobo horripilante e sanguinário e o Bruxo Neno declarado seu inimigo figadal. Tanto Bruxo Neno quanto Conde Rasku temiam se encontrar, pois haveria, decerto, luta entre eles. Rei Médium foi pessoalmente certificar-se nas baias de que o único exemplar de corcéis que nascera negro, na noite de seu casamento, estava convenientemente arreado e ornamentado para o grande evento. Encontrou o animal bem escovado, crinas trançadas à moda exclusiva dos cocheiros do Elo Dourado, cascos tratados com tintura de jenipapo e óleo de mamona, reluzentes como uma pedra ônix. Admirado com a visão do garboso corcel, ouviu do cavalariço a seguinte ressalva: — Senhor Imperador, Tição não está completamente dócil ainda. Fizemos o possível para domá-lo, mas sua natureza intrépida custa a se modificar. Ele é diferente em tudo por tudo dos outros cavalos do vosso haras. O Imperador aproximou-se do exuberante corcel negro, de crinas longas e lustrosas, carinhosamente o afagou e disse baixinho à orelha: — Comporte-se como um nobre! À hora prevista, toda a população do Elo Dourado, incluso mulheres e crianças, além das centenas de convidados, aglomeravam-se nos dois lados da pista de Numpessó, procurando melhores lugares para apreciar o certame. Mais de cinquenta corredores inscritos, usando roupas muito coloridas e apropriadas, colocaram-se a postos. Na primeira fileira, Príncipe Niko, avesso a qualquer tipo de discrição ou modéstia, acenava aos pais, agitando com veemência a bandeira de seu reinado, gritando refrãos que faziam eco entre os conterrâneos e súditos do Rei Pindaíba. A Rainha Tapera, exibindo pesadas joias, não menos entusiasmada e confiante na superioridade do filho, empoleirou-se sobre um grosso galho de árvore, para alcançar maior amplitude de visão. Queria prestar atenção em todos os passos dos corredores, para que não passassem a perna no favoritismo do filho. Ao descobrir o propósito, Rainha Teci, a generosa mulher do sensato Rei Abas, dirigiu-lhe uma provocação: — Não se preocupe, Tapera! O maior rival do seu filho só tem uma perna! Nem querendo poderia passar a perna no Príncipe Niko e continuar de pé! Fique calma. — É certo que ele tem uma perna, mas em compensação, tem duas mãos, minha amiga! Se quiser empurrar o Príncipe Niko para derrubá-lo... — Aposto que Sacipe Ererê não precisará disso. — É o que veremos! Ao soar das trombetas, os corredores se concentraram, atentos ao sinal da largada, marcado pelo tinir de um grande sino de bronze. Enquanto os outros concorrentes buscavam as posições dianteiras para facilitar a saída, empurrando-se e conquistando à força os melhores espaços, Sacipe Ererê, humildemente, distanciou-se da aglomeração, postando-se atrás de todos. Rei Abas ficou apreensivo com o posicionamento do seu favorito, mas, confiante na preeminência e na humildade do garoto, não lhe fez qualquer tipo de recomendação. Rei Pindaíba exultou ao identificar o menino negro de uma perna só, lá atrás, na última fileira, cedendo a dianteira, sem resistência ao seu protegido e valoroso filho. Quando o tinido estridente do bronze ecoou, o coração dos espectadores bateu mais forte. Em menos de meio minuto, Sacipe Ererê emparelhara com o rival mais poderoso e prosseguiu acompanhando-o paralelamente, poupando, assim, energia e desempenho para os quinhentos metros finais da reta de chegada. Nos primeiros mil metros da corrida, a companhia constante de Sacipe Ererê ao seu lado, aparentando tranquilidade e pouco esforço, não tardaria a deixar o soberbo Príncipe Niko desarmonizado. Não se contendo, forte desejo de vingança o envolveu e, irado, atirou-se de um pulo à frente de Sacipe Ererê no intuito de atropelá-lo, jogá-lo ao chão para desclassificá-lo. Muito mais ágil, Sacipe Ererê elegantemente esquivou-se do adversário resvalando para a lateral, adiantando-se de maneira inacreditável. Abrindo metros e metros de vantagem, deixou o rival para trás, definitivamente, assim como todos os outros corredores. Chegou ao final do trajeto em tempo nunca antes registrado, causando notório rebuliço. Ovacionado calorosamente, foi carregado entusiasticamente pelos torcedores e apostadores. Longamente aplaudido, sem demonstrar sintomas de fadiga ou exaustão, mantinha-se saltitante, esperando pelo segundo colocado e os demais, plantando bananeiras, dando cambalhotas e divertindo a assistência à mercê de sua simplicidade e simpatia. Minutos depois, quando viu o Príncipe Niko se aproximando, foi-lhe ao encontro e, num gesto de pura cordialidade, veio pulando ao seu lado, deixando o rival enfurecido com tal atitude, tomada por deboche e humilhação. O segundo colocado, bufando e babando de cansaço, completado o trajeto, caiu no chão, estirando-se, esgotado. Sempre saltitante, Sacipe Ererê, num gesto de amizade, estendeu-lhe a mão. O insolente Príncipe Niko não só recusou a gentileza como também lhe cuspiu no rosto, xingando-o de “molambo fedorento!”. O jovem negro limpou a cusparada do rosto, sem zangar-se, abraçou o príncipe e disse-lhe ao ouvido: — Com um pé, “Tição” ganhei! Hahahahahaha! – Referindo-se ao cobiçado corcel negro, ricamente arreado, que receberia pela conquista, juntamente com outros prêmios. Debulhado em lágrimas e quase sem fôlego, fragorosamente derrotado, o Príncipe Niko se lamentava, choramingando, revoltado: — Com um pé, Tição ganhou... Com dois pés, Tição perdi! Assim, não é possível! Assim não pode ser! Afastando os fãs que se aglomeravam para abraçar o novo ídolo da corrida Numpessó, Mago Natu abriu passagem e disse com voz resoluta: — Receba teu prêmio de pé, Niko! Reunindo suas últimas energias, o derrotado e extenuado corredor levantou-se e, decepcionado, recebeu do Mago Natu uma terrina de prata, com alça lateral, muito ornamentada e bem polida. Infeliz com a má sorte, para afrontar o vencedor, escandalizar a assistência e vingar-se do Mago Natu pela insignificância do prêmio, se comparado ao do primeiro lugar, Príncipe Niko abriu a braguilha das ceroulas, despudoradamente, urinando dentro do objeto. Sacipe Ererê, muito ágil e feliz, já se apoderara do cobiçado corcel negro, “Tição”, montando-se com aprumo e graça, exibindo seu melhor sorriso, vestindo a carapuça vermelha encantada, exibindo a incomparável taça de ouro na mão direita e o coruscante anel mágico no dedo indicador. No instante em que o Mago Natu pronunciava em seu ouvido as palavras mágicas para que o gorro vermelho o fizesse invisível e o anel de brilhante o tornasse imortal, Príncipe Niko arremessou a malga de prata cheia de urina sobre Sacipe Ererê. Instalou-se um enorme rebuliço. O indomável corcel negro, Tição, assustou-se, desabalou pelos fundos do terreno, com o campeão Saci já invisível em seu dorso, sem antes ter ouvido do Mago Natu as palavras que deveria pronunciar para voltar ao estado natural. O cavalo indomável relinchou assustadoramente e, em poucos segundos, desapareceu numa enorme nuvem de poeira amarelada, levantada pelo tropear incontrolado e estrepitoso do garanhão selvagem. Em meio à enorme confusão estabelecida, um dos guardas reais, não suportando a audácia e o atrevimento do príncipe – que continuava furioso, exibindo sua genitália, afrontando desavergonhadamente a presença de recatadas rainhas e princesas pudicas – empunhando a espada deu-lhe um golpe certeiro, decepando o membro, com precisão cirúrgica. Horrorizadas com a cena e seu imprevisível desfecho, mulheres e moçoilas afastaram-se de imediato, deixando por conta de quem quisesse socorrer o atrevido. No afã de acudir o vitimado, os reis que haviam apostado em Sacipe Ererê voltaram as atenções para o Príncipe Niko, que sangrava agonizando, despercebendo-se que o próprio pai já não estava entre eles. Sentindo que o momento era mais que propício para fugir sem ser notado, poupando-se de honrar o compromisso que o levaria à ruína, Rei Pindaíba, desesperado com o prejuízo e pouco se importando com a aflição do filho, esgueirou-se pelos fundos do palácio, aproveitando o tumulto das mulheres que fugiam assustadas, pegou sorrateiramente seus baús de moedas de ouro, embarcou-os numa pequena canoa de pescadores e desceu pelo rio Aguaporé, enquanto a Rainha Tapera e sua outra filha, a Princesa Arraia, em total descontrole, berravam pelo marido e pai, agarradas ao filho e irmão irreversivelmente moribundo. Momentos depois, à notícia de que o Príncipe Niko morrera de esgotamento, juntou-se outra igualmente trágica: alguns pescadores que subiam o rio testemunharam que a velha canoa escolhida às pressas pelo Rei Pindaíba, para fugir e eximir-se do pagamento de sua dívida, estava furada e se afundou na curva do caudaloso rio, com todo o seu carregamento de ouro, antes que pudessem socorrê-lo. Rei Médium, aflito com os resultados da Corrida Numpessó, buscou a companhia do Mago Natu, para que o aconselhasse sobre o que fazer. Tinha três problemas a solucionar: sepultar o Príncipe Niko e o Rei Pindaíba, punir o guarda assassino e recuperar o naufragado carregamento de moedas de ouro, para honrar o pagamento das apostas contraídas pelo Rei Pindaíba com o Rei Inci, Rei Mende e Rei Abas. Depois de expor suas preocupações, Rei Médium ouviu ainda a advertência: — Além disso, meu nobre amigo, tereis de amparar a Rainha Tapera e sua outra filha, a venenosa e enfurecida Princesa Arraia – lembrou Mago Natu. — Não me escusarei disto, Mago Natu, mesmo que precise mergulhar para recuperar o tesouro de Pindaíba! — Não vos aflijais com esta parte... esta tarefa está destinada a outra pessoa! – concluiu, sorrindo. — Quem poderá executá-la por mim? — Rei Manso, nosso melhor mergulhador.
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Roda de Conversa com raizeiras e raizeiros
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Essa Roda de Conversa sobre "Plantas medicinais e saberes tradicionais" foi super potente e aconteceu no 8° Balaio de Saberes em Florestal (próximo de BH) e foi um marco! Mais de 100 pessoas se achegaram, partilharam sabres, emoções, rezos e poesia. Eu Sol e Glorinha de André do Mato dentro, cocriamos e abrimos a roda, mas foram as pessoas presentes que conduziram. Joana do Quilombo Manzo, fez uma introdução e contribuição muito linda e simbólica sobre o significado de um balaio na cultura e vida dela e de sua tradição. Os povos de terreiro trouxeram seu axé e seus saberes ancestrais, os indígenas partilharam sobre seu viver na terra, as raizeiras e raizeiros trouxeram suas dicas, mandingas e receitas de cura. Cada um que esteve nessa roda pode sentir a grandeza e a importância de se reunir a diversidade dos povos, de trocar conhecimentos e principalmente de utilizar e ter persistência com o uso das plantas medicinais e seu cultivo. Nossas amigas Lívia, Ghiulia e Marina fizeram uma incrível representação gráfica, para que possamos deixar registrado um pouquinho de tudo que rolou, a Manju foi a guardiã da roda e à Yuki a guardiã do fogo! ♡ Estou transbordando com esse encontro! Viva o Balaio de Saberes! Viva a união dos Povos!
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O Balaio de Saberes foi lindo!!!
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O Balaio de Saberes aconteceu nesta última 5° feira, a imersão na produção do evento foi tanta q nem consegui vim aqui antes pra compartilhar com vcs, mas ainda assim, mesmo depois de já ter acontecido, resolvi partilhar sobre o que rolou esse ano para dizer que ano q vem tem mais e o universo há de conspirar a favor para q possamos realizar nosso sonho de fazer mais de um dia de evento e que tenhamos mais gente engajada na equipe para que possamos realizar tudo com mais respiro e tempo! Florestal já é referência em agroecologia em MG e fica pertinho de BH. Segue lá: @balaiodesaberes
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QUARTO DIA – A CAIXA DA COMPETIÇÃO Feliz com o desfecho da história do anel sem dono, o Imperador chegou mais cedo à Câmara do GRAU, no quarto dia, para abrir a caixa de cobre. Das três caixas já abertas, pelo menos uma trouxera resultado feliz. Reencontrar o anel do Senhor Frutuoso foi, sem dúvida, o melhor acontecimento daqueles dias. Todavia, não foi suficiente para afastar a apreensão que o Imperador sentiria no momento da abertura da próxima caixa. Com gestos calmos, respirando profundamente, pensando no Mago Natu, girou a chave de cobre, atada à fitinha verde. Ouviu o clique idêntico ao das outras que já havia aberto. Ao levantar cuidadosamente a tampa da caixa de cobre, a porta da Câmara do GRAU se abriu simultaneamente: — Bom dia, Senhor Imperador! Pensando que eu não viria? — Certamente, Mago Natu. Julguei que iria vos encontrar aqui. — Então, o que temos para hoje? O que vos diz a caixa de cobre? — Sinceramente, estou receoso de olhar. Espero que tenhamos melhor sorte do que nos dias anteriores, ou pelo mínimo, que seja igual a ontem. — Vejamos, Senhor Imperador. Mago Natu removeu lentamente a cobertura de seda púrpura sobre o Espelho Universal. Rei Médium, mais tranquilo, retirou a caixa de bronze que estava dentro da caixa de cobre, constatando que se diferenciava das outras já abertas apenas pelo tamanho e pelo metal. Todavia, o movimento que se projetava no espelho obedecia ao mesmo ritmo dos anteriores. Assim que a caixa fechada era deixada sobre o aparador, ao lado da caixa aberta, projetavam-se no misterioso espelho imagens que aludiam às tarefas específicas a se cumprir durante aquele dia. Buscando compreender qual seria a próxima empreitada, Rei Médium manifestou-se: — Ao que me parece, teremos hoje a Corrida Numpessó?! — Exatamente, nobre amigo. Procuremos os melhores corredores entre os que nos visitam para que nos proporcionem uma tarde de boa diversão e lazer. — Que tal convidarmos o rapazito negro, que veio do Reinado de Eirunepé? — Sim, o Sacipe Ererê, aquele que tem uma perna só? — Esse mesmo! Será um adversário à altura para concorrer com o Príncipe Niko e bater suas marcas. Em menos de uma hora, Professora Plínia arregimentou os interessados na Corrida Numpessó. Por se tratar de uma prática esportiva muito apreciada no Reino do Elo Dourado, a população se movimentava com estardalhaço, delimitando o percurso com fitas coloridas e apostando palpites: uns no favoritismo ao Príncipe Niko, outros na invencibilidade presumível de Sacipe Ererê. Representando diversos reinados, muitos se inscreveram interessados nos prêmios anunciados. Ao vencedor seria entregue uma grande taça de ouro, cravejada de brilhantes, um garboso corcel, o único exemplar negro da criação de corcéis brancos do Rei Médium, um maravilhoso anel mágico e uma carapuça vermelha encantada. O anel daria ao usuário poderes de imortalidade; e o gorro vermelho, a magia da invisibilidade. O pai do Príncipe Niko, Rei Pindaíba, alardeava e exaltava as qualidades do filho, já antecipando e cantando sua vitória, baseado nas experiências anteriores, lembrando principalmente de seu derradeiro desempenho há três anos, durante a festa do casamento do Rei Médium. Acenando com propostas tentadoras, desafiava e incitava os outros reis a apostar o peso corporal de seus candidatos contra o peso de seu filho em ouro, julgando não haver corredores mais ágeis ou mais resistentes, capazes de obscurecer o brilho e o talento do Príncipe Niko, pois que, nesta corrida, os dois outrora concorrentes mais fortes, Príncipe Pintado e Príncipe Surubim, estavam fora, já que continuavam encantados em peixes, desde a corrida passada. Rei Buriti ouvia, circunspecto, a fanfarronice do Rei Pindaíba e o advertia: — Meu amigo, não menosprezeis adversários desconhecidos, nem aparentemente mais fracos. Temos muito sangue novo para esta corrida. Cuideis do vosso ouro com mais temperança e moderação! — Ora, vejam só, quem está a me dar lições de prudência e economia! Não aceitais meu desafio por que não tendes o peso do vosso filho em ouro para me pagar? — Não cuido disso, Rei Pindaíba. Se tivesse que apostar, não apostaria no meu próprio filho nessa corrida. Pagaria o peso em ouro apostando no menino Sacipe Ererê. Naquele sim, sou capaz de aceitar vosso desafio! — Então, negócio fechado! Vamos ver o peso do magricela Sacipe Ererê! Se vós perderes, quero só o peso do Sacipe Ererê. Se eu perder, pagarei o peso do meu filho Niko. Com o testemunho de alguns expectantes simpáticos às molecagens do endiabrado Sacipe Ererê, saíram à sua procura para levá-lo à balança e ver o peso. Sabendo que era motivo de apostas, o moleque Sacipe Ererê não se fez de rogado. Sentou-se no grande prato de um lado da avantajada balança, enquanto o Rei Pindaíba ia enchendo o outro com suas moedas de ouro. Quando os pratos se nivelaram, abarrotaram com as patacas de ouro um baú de madeira marchetada, cunhadas pelo irmão da mulher do Rei Pindaíba, Rainha Tapera, artífice oficial da prata e do ouro daquele reinado, conhecido pelo codinome de Cunhador. Sacipe Ererê não imaginava que seu peso estava cotado ao equivalente a cinquenta quilos em moedas de ouro, contra os setenta do atlético Príncipe Niko. Alegre e peralta, continuava saltitante com sua única perna, fazendo caretas impagáveis, esbugalhando os olhos, assobiando, mostrando a língua, ostentando duas fileiras de irrepreensíveis dentes brancos. Exibindo gratuitamente suas excêntricas habilidades motoras, a despeito da desigualdade física, prometeu ao Rei Buriti, dando cambalhotas arrematadas de piruetas acrobáticas, divertindo muito os espectadores, fazer “bonito e o impossível” para ganhar a corrida, recompensando-o pela confiança e crédito, com qualquer um dos quatro prêmios que viesse a receber. Rei Buriti gostou da proposta porque tinha especial interesse, não no anel mágico, nem no gorro vermelho encantado, nem na taça de ouro, mas no corcel negro da maravilhosa criação do Rei Médium. O Príncipe Niko, conhecedor de que seu maior concorrente seria o moleque negro de uma perna só, gargalhava da insuficiência física do adversário e incentivava o pai a arriscar mais apostas, tamanha autoconfiança e segurança de vencer o certame e conquistar os prêmios da imortalidade e da fama que tanto almejava. Rei Pindaíba refez cálculos, repesou suas reservas, projetando quadruplicar sem qualquer esforço, apenas num lance de sorte, a quantidade de ouro que trazia consigo. Tanto mais exaltado do que todos os outros reis, anunciou orgulhoso e falastrão: — Desafio a quem mais ousar lançar apostas no Príncipe Niko: seus setenta quilos de ouro bem pesados, contra os magricelos cinquenta do moleque perneta! Quem se atreve? — Eu aposto – disse Rei Inci. — Dobro a oferta – retrucou Rei Mende. — Triplico o páreo – arrematou Rei Abas. O único rei que ficou de fora da disputa foi Rei Manso, porque não se recuperara ainda do episódio da caçada em que sua mulher, a Rainha Tranha, gestara em três dias uma criatura que recebera a denominação Ex-Tranha de Kurupirá. Rei Manso preferia se manter distante dos outros movimentos depois que retornara da floresta onde soltou a Criatura ex-Tranha. Observou de longe a empáfia do Rei Pindaíba, desaprovando-o intimamente, pensando consigo: “Há de ser esta a oportunidade de dar-lhe uma boa lição de humildade!”, esquivando-se da aglomeração. Feitas as contas, ao final, havia seiscentos quilos de moedas de ouro depositados em favor de Sacipe Ererê contra oitocentos e quarenta quilos de reluzentes moedas douradas produzidas pelo Cunhador, porfiados pelo Rei Pindaíba. O pai do Príncipe Niko, lançando à sorte todo seu carregamento de moedas de ouro, apostara tudo que possuía numa só parada.
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SAF da Redenção 10 meses
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🌱 Bom dia Comunidade Ekonavi! Nosso SAF passou pela temporada primavera verão e conseguimos estabelecer aproximadamente 150 ninhos sintrópicos, alinhados entre as lavouras (arroz, milho e mandioca) As pessoas que apareceram no mutirão de plantio receberam certificados digitais, registrados na Blockchain. O objetivo é conectar essas pessoas (e seus endereços na Blockchain) com a produção do SAF. As pessoas que forneceram as sementes (jaca, juçara, banana, café) também receberam certificado de provedores de sementes, e também serão incluídos em futuras vendas. Esses registros permitem que os participantes construam suas reputações online dentro de uma comunidade global que apoia a cultura agroflorestal. Seguimos na caminhada, agradeçemos a atenção de vcs e o espaço na Ekonavi 🙏
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Mutirão do Deilton e da Rose
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Um dos mecanismos que nutrem nossas agroflorestas desde que iniciamos em 2018 é o resgate dos mutirões humanos, que por aqui no passado eram chamados de "ajuntamentos" ou "puxiruns". Eles acontecem sempre que algum agricultor está precisando ou quando fazemos rodadas de mutirões em todas as propriedades. Dessa vez aconteceu na agrofloresta do Deilton, que passou por um problema de saúde e que agora está retomando os trabalhos, e nós não poderíamos ficar de fora dessa retomada agroflorestal de nossos amigos.
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Contraste
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De um lado a pecuária extensiva e de outro uma floresta de alimentos pujante vem surgindo, provando que a regeneração é possível.
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VOLTANDO A MEMÓRIA Os olhos do Senhor Frutuoso brilharam de alegria e se encheram de comovidas lágrimas, quando a guarda real se apresentou para escoltá-lo até sua antiga propriedade, abandonada e nunca mais pisada por ele, desde o fatídico sinistro. Confiante de que teria, finalmente, a oportunidade de se lembrar com clareza do que acontecera. Montou um garboso corcel, ricamente arreado, cedido pela generosidade do Rei Médium, com a intenção de proporcionar momentos de emocionantes lembranças. Muitos dos participantes do torneio da coleta de frutos e frutas não sabiam ainda o que sucedera ao Senhor Frutuoso. Ignoravam completamente que ele portava um valioso anel de brilhante, deixado entre as frutas de seu comércio que, de tão bem guardado, ficou esquecido por ele mesmo entre os seus pertences. Naquele dia, porque o Rei Médium e o Senhor Regente contaram cada um a parte que conheciam sobre o episódio do misterioso anel, cujo dono até aquela data não se apresentara, a maioria dos convidados ficou sabendo. O Imperador há tempos suspeitava de que o Conde Rasku tivesse participado daquele crime, mas como ninguém conseguira provar e o Mago Natu não revelara quem seriam e de onde vieram os seis malfeitores, o caso permanecia em sigilo. O assunto do anel misterioso ganhou destaque em todos os salões e corredores do Palácio Fortaleza. Versões diferentes se ouviam e falavam, algumas dando conta de que o anel sem dono era uma invenção do Senhor Frutuoso para angariar a simpatia e chamar a atenção do Imperador. Os que não tinham motivos para duvidar do segredo que o chacareiro confiara ao rei, cogitavam quão surpreendentes são alguns acontecimentos que escapam à vã compreensão das pessoas comuns, atribuindo a propriedade de tão preciosa joia a ninguém menos que o Grande Rei que, provavelmente, o deixara de propósito na caixa de frutas. Momentos antes de permitir que o Senhor Frutuoso voltasse a sua chácara, Mago Natu o interpelou: — Meu bom amigo, fui à baía, onde deixei meu anel? Surpreso com a indagação, porque aquela era a parte da senha que ele mesmo deveria interpelar ao verdadeiro pretendente do anel, respondeu: — Essa pergunta eu mesmo teria que vos fazer!? — Então, eu mesmo lhe darei a resposta: “deixei com as cascas das frutas na caixa de pregos!”. Vá e encontrareis o anel. Poucas horas mais tarde, o Senhor Frutuoso retornou ao Palácio, escoltado pela guarda real, exibindo muita alegria e felicidade, sentimentos que não o visitavam desde o dia do sinistro. Pediu para se avistar com o Rei Médium. Ao entrar na Sala Real, numa reverência humilde e respeitosa, anunciou: — Senhor Imperador, meu amado rei, trago-vos a melhor notícia que poderia me felicitar. Regressei à chácara e, revolvendo entre os escombros, encontrei o anel no meio dos pregos e das ferramentas que o incêndio não destruiu. Ei-lo, intacto. Quero devolvê-lo ao legítimo dono. — Legítimo dono? Então encontrastes também o verdadeiro proprietário? — Sim, Senhor Imperador! Trata-se de ninguém menos que o Mago Natu. Afinal, ele tanto disse a minha parte da senha, quanto a dele próprio! — Humm, Mago Natu e suas surpreendentes lições. Precisastes perder tudo quanto tinhas para reencontrar teu verdadeiro tesouro. Vamos entregá-lo ao Senhor do Anel, então! Mago Natu, de posse do anel, examinou, olhando-o fixamente. À medida que o fitava, a joia irradiava um brilho fulgurante, transcendente, jamais produzido noutro objeto semelhante. Cada vez mais o anel jorrava um esplendor coruscante, iluminando o rosto do mago até que ele, num processo presenciado somente pelo rei e pelo Senhor Frutuoso, pronunciou três palavras compassadas e incompreensíveis. O anel retomou seu estado anterior, emitindo apenas seu brilho normal. Entregando-o ao Rei Médium, pediu que passasse o misterioso anel como prêmio ao vencedor do evento programado para a abertura da quarta caixa de cobre, na manhã seguinte. Rei Médium aceitou a oferta, tomou para si o anel e, como galardão à honestidade e fidelidade do Senhor Frutuoso, recompensou-o com uma grande quantidade de ouro, equivalente ao valor do brilhante do anel, para que pudesse novamente restaurar sua chácara, retornando ao seu especial comércio de frutas. Mago Natu explicou também: — Este anel, de agora em diante, dará ao seu portador o dom da imortalidade, tão logo o coloque no dedo, desde que pronuncie as palavras necessárias que ouvirá de mim, na hora certa.
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Bioconstrução na Comunidade Indígena de Riacho Doce
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Mutirão para construção da casa de uma amiga querida e guerreira e sua família. O tradicional ajuntamento, guiado pelo mestre seu Bibi, ancião da comunidade que já construiu diversas casas de barro ao longo de sua vida e carrega consigo os saberes sobre a madeira, o barro, a massa e toda essa arte ancestral que é bioconstruir. Foi uma honra participar desse momento, uma alegria imensa e um exercício físico para a alma. Barro é vida! Fomos recebidos muito bem por todos, partilhamos de um almoço delicioso e o dia passou rápido. Voltamos alguns dias depois e todas as paredes estavam fechadas. Agora só falta o piso. Estão todos contentes por essa obra! O Riacho Doce é uma comunidade de origem indígena localizada na divisa do estado do Espírito Santo com a Bahia e teve seu território sobreposto pela Unidade de Conservação e hoje está na luta em busca do seu direito e do seu reconhecimento. O projeto Casa de Saúde articula com o território em prol de bem-viver das comunidades, em defesa dos seus direitos, promoção de tecnologias sociais e propostas de geração de renda nas comunidades. Em cada passo fortalecemos laços e construímos propostas para um futuro mais respeitoso e digno. A natureza agradece e os ancestrais vibram em festa!!!! A riqueza mora na simplicidade.
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O Projeto OCA Terravila Glocal em parceria com a APAQ - Associação do PA Quilombo, começo a receber o material para a construção do Teatro Urucumacuã - O primeiro material a chegar o foi um caminhão de pneus que estão depositados no galpão da APAQ. Espaço cedido para armazenar o material ao abrigo das intempéries, evitando assim a proliferação de mosquitos e outros insetos.
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76ª SBPC
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Tenho me empenhado na lida diária da organização. Aos poucos a coisa vai tomando forma. Estou aproveitando o curral para o plantio dos capins: Vetiver, Capim Limão e Citronela.
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