O Mutirão de hoje, se estenderá até a conclusão da <<sala de monitoramento por imagem de satélite>>, a internet não me permitiu postar hoje. A OCA Terravila Glocal soma com outras iniciativas.
Minhas reflexões sobre o altruísmo, a unidade e o sentido da vida ressoam profundamente com a filosofia, espiritualidade e ciência do comportamento humano: vejo o altruísmo como um sinal de evolução da consciência e que está ligado à busca de sentido e à realização pessoal e coletiva. O altruísmo vai além do simples ato de ajudar: ele nasce de uma percepção profunda de unidade, em que o bem do outro é entendido como extensão do próprio bem. Erich Fromm, por exemplo, diferencia o modo de vida centrado no “Ter” (egocentrismo) do modo “Ser” (altruísmo), e aponta que uma existência pautada pelo altruísmo é a base de uma espiritualidade madura e autêntica. Esse modo de ser está ligado à empatia, à escuta verdadeira, à alegria pelo florescimento do outro e à ausência de expectativa de retorno - é agir por amor, não por troca. A ciência também aponta que o altruísmo ativa áreas cerebrais ligadas ao prazer e à recompensa, sugerindo que cuidar do outro é, de fato, uma forma de cuidar de si mesmo. O altruísmo, portanto, não é apenas um ideal moral, mas uma força real de transformação pessoal e social, capaz de inspirar novos modelos de convivência e evolução coletiva. O altruísmo é uma das manifestações mais elevadas da inteligência e sensibilidade humana, está profundamente conectado ao sentido da vida, à busca por valores, virtudes e sabedoria. Assim como na natureza, onde a união potencializa a força e a criação, o altruísmo revela a unidade essencial de todos os seres e aponta para uma evolução baseada na colaboração, compaixão e construção de um mundo mais justo e harmonioso. O altruísmo, apesar de nobre, pode ser mal interpretado ou até gerar desconforto em alguns contextos sociais. Psicólogos chamam isso de “menosprezo a benfeitores”: às vezes, pessoas altruístas são vistas com suspeita, especialmente se seus gestos parecem muito públicos, frequentes ou “desinteressados demais”. Isso pode gerar reações negativas porque, em certos grupos, o altruísmo pode ser percebido como uma ameaça ao equilíbrio social ou ao status dos demais, ou até como busca de reconhecimento. Além disso, há o dilema real de como viver o altruísmo sem sacrificar a própria subsistência. O ideal não é se anular, mas buscar equilíbrio: o altruísmo saudável envolve ajudar o próximo sem se colocar em risco ou negligenciar as próprias necessidades básicas. Isso significa agir com generosidade, mas também com autoconhecimento e limites claros. É importante começar com pequenos gestos, envolver-se em causas que façam sentido, compartilhar recursos de forma consciente e, sobretudo, evitar julgamentos precipitados – tanto dos outros quanto de si mesmo. O altruísmo é uma vocação humana universal, mas sua expressão e incentivo variam conforme a cultura. Sociedades que valorizam a cooperação e oferecem reconhecimento social ou institucional tendem a promover mais comportamentos altruístas. Já em contextos de competição e individualismo, o altruísmo pode ser menos frequente ou mais atrelado ao status. Em todos os casos, a intenção genuína e a busca por sentido são o que conferem profundidade e valor ao ato altruísta No mundo atual, onde as demandas são grandes e a competição é intensa, o altruísmo que se sustenta passa por três pilares: • Equilíbrio entre doar e cuidar de si: respeitar seus próprios limites, manter saúde física, emocional e financeira. • Transparência e intenção: agir com clareza e integridade, sem buscar aprovação ou reconhecimento excessivo. • Apoio em comunidade: unir-se a pessoas com valores semelhantes, para que o altruísmo seja parte de uma rede de apoio mútuo, e não um fardo solitário. Por fim, vale lembrar que contribuir para um mundo melhor não exige heroísmo ou sacrifício extremo. O sentido da vida está em cultivar valores, virtudes e sabedoria – e isso inclui cuidar de si para poder cuidar do outro. O altruísmo mais transformador é aquele que constrói pontes, não muros, e que floresce a partir do respeito mútuo, da empatia e da busca sincera por equilíbrio. O altruísmo mais profundo - o anônimo, sigiloso e ético - ocorre sem expectativa de retorno, sendo guiado por valores internos e pela busca de sentido. A real vocação humana é SER HUMANO.
Apesar de ainda está chovendo, estamos no início do tempo seco. Depois de muitas perdas aqui na comunidade com as queimas, acidental,perda de controle e criminosas. Vamos dar mais um passo no fortalecimento da nossa brigada popular florestal, com o apoio do fundo casa vamos poder proporcionar pra todos da comunidade e do entorno treinamentos completo de brigadista, iniciaremos em breve. Prevenção, combate e plano de evacuação.
Comentar
URUCUMACUÃ BY H.H.ENTRINGER PEREIRA - LIVRO 2 CAP 50
AS CARICATURAS Rainha Alzira sabia ler, escrever e fazer cálculos desde criança. Instruída pela Professora Plínia, além das poucas tarefas afeitas às princesas, tais como cantar, bordar, cozer e coser, aprendera ainda técnicas rudimentares de desenho, pintura e o modo de confeccionar suas próprias tinturas com pigmentos extraídos de flores e frutos. Numa tarde em que o Rei Albe, o Rico, reuniu seus peões para cortar as crinas das suas éguas de raça, além de tosar-lhes os longos rabichos, pediu que juntassem os fios mais compridos das caudas. Depois de fiá-los, estendendo-os sobre um cavaco de madeira leve, viu que a sonoridade das cordas tangidas mudava de conformidade com a quantidade e a espessura dos fios cardados e esticados. Utilizando-se de seis cordas, deu nome àquele rústico e primitivo instrumento cavaquinho e pôs-se a descobrir novos tons, que harmonizou compondo pequenos arranjos para acalentar o filho Calico. Divertia-se não menos elaborando retratos, ainda que toscos, dos parentes, ascendentes ou descendentes reais, dispondo-os pendurados lado a lado num corredor do Palácio das Esmeraldas. Visitar aquela ala do palácio constituía-se prazeroso atrativo para os eventuais hóspedes; mais ainda quando identificavam, entre os figurantes ilustrados naquelas tonalidades muito alegres e coloridas, os próprios rostos estampados nas peças de tecidos de seda emoldurados em formato geométrico: os quadros. Às vezes, enquanto Rainha Alzira se dedicava à pintura, a Senhora Babá, ama do Príncipe Calico, interrompia suas atividades, trazendo o pequeno príncipe em prantos, querendo mamar. Rainha Alzira o pegava carinhosamente, secava suas lágrimas e, para distraí-lo, mostrava seus quadros, identificando-os em voz alta pelos nomes: — Olhe, Calico, este é o tio Pay, esta é a tia Olinda; aquela é tia Ara. Este é o primo do papai, Rei Arnaldo... Aquele é o Rei Ofin... aquela é Rainha Tarope... este é o Sol, esta é a Lua, as estrelas... O pequeno infante, aos berros, irritava-se cada vez mais com a sequência dos desenhos que sua mãe ia identificando. Até que a ama, a prestativa e bondosa Senhora Babá, mulher do Senhor Dugo, impacientando-se, ralhava respeitosamente com a Rainha Alzira: — Senhora Rainha, Calico atura seus quadros, mas não atura a fome. Dá logo de mamar ao menino! Rainha Alzira ria da favorável intercessão da Senhora Babá. Troçando com o filho ao colo, dava-lhe o peito, ironizando: — Calico atura... calic’atura! Ah, essas minhas calicaturas! Pintar o Louco para não esquecer sua imagem era para a Rainha Alzira a melhor diversão naqueles dias. Trabalhava na conclusão do desenho, quando ouviu batidas à porta. A tarde já dava lugar ao anoitecer, quando ela se deu conta de que estavam à hora da ceia e que a luminosidade era insuficiente para distinguir tonalidades umas das outras. Guardou seus materiais às caixas e atendeu ao chamado à porta: — Quem sois? — Senhora Rainha, o Senhor Rei manda vos avisar que não o esperes para a ceia. Sairá a cavalgar, retornando mais tarde – avisou-lhe o Senhor Dugo, o Feitor. 190H. H. Entringer Pereira Rainha Alzira dirigiu-se à janela e perguntou ao Feitor: — Senhor Dugo, parece-me que hoje é noite de lua cheia. Conforme já combinamos, vá imediatamente às baias, oculte-se entre as pilhas de feno e acompanhe todos os movimentos do Rei. Quando sair montado, certifique-se de que não foi visto e siga-o. Descubra qual é o segredo que o Rei está tentando encobrir. — Senhora Rainha, temo por minha vida. Se for descoberto, o Rei Albe, o Rico, certamente haverá de matar-me. Que garantia terei de que esta deslealdade não me custará o pescoço? — Dirás que foste cumprir ordem minha, saindo para colher grumixamas à luz do luar, pois que necessito de fazer um bom licor... Aproveite e traga-me as mais maduras que encontrar. Acordando de madrugada, quando já cantavam os galos, Rainha Alzira ouviu o Rei Albe, o Rico, adentrando seus aposentos, sorrateiramente, pé ante pé. Fingindo dormir profundamente, ela acompanhou-lhe os movimentos e viu quando tirou da bruaca um objeto reluzente semelhante a uma corda, guardando-o no fundo de um grande baú de prata. Depois, veio deitar-se. Sequer a tocou. Virou-se de lado e adormeceu em seguida, tão exausto parecia. Pensamentos disparatados povoaram a cabeça curiosa da rainha: — Será que Berico tem uma amante? Se tem, quem será? Ou foi simplesmente vigiar as esmeraldas que ocultou, para se certificar de que ninguém as furtou? Será que...? Mas logo adormeceu também, na certeza de que o mistério haveria de ser desvendado, assim que o Senhor Dugo viesse com notícias e, dependendo de quem fosse a amante, ela nem se importaria, desde que o Rei continuasse mantendo o caso no mais recôndito sigilo. Só não estava disposta a tolerar a infidelidade, se a eleita fosse ninguém menos que a ambiciosa, voluptuosa e peituda Marquesa de Sonça, uma arquirrival que havia tentado algumas vezes envenená-la, para depois possivelmente seduzir seu marido e apoderar-se de suas preciosas esmeraldas. Não, não haveria de ser a Marquesa de Sonça. Além do que Berico tinha especial inclinação por mulheres mais maduras, e a jovem marquesa aparentava no máximo vinte anos. Concluído o retrato que Rainha Alzira fez do Louco e que, à parte sua modéstia, parecera-lhe bem fiel à fisionomia, decidiu-se por pintar o sobrinho-neto, Príncipe Médium, e o Príncipe Calico juntos, registrando os meses em que conviveram durante uma visita à Rainha Olinda e ao Rei Pay, quando os dois eram muito pequenos. Ao rabiscar as primeiras linhas sobre a peça de seda, tocaram à porta. O coração da Rainha inquietou-se, sentiu um calafrio percorrendo lhe o corpo. Respirou fundo e conteve-se, pensando consigo: “Calma, Alzira. Chegou a hora da verdade!”. — Entre, Senhor Dugo! Senhora Rainha – disse, fazendo reverência –, trago-lhe uma notícia tão excepcional e extravagante que certamente não me acreditareis. — Posso adivinhar... Berico tem mesmo uma amante?! — Tem, Senhora, mas não fazeis ideia de quem seja. — Não me diga que é a Marquesa de Sonça? — Não, é alguém que não imaginas... 191H. H. Entringer Pereira — Quem? Anda logo, quem é a mulher? — Não é uma mulher... quero dizer... É uma mulher e não é uma mulher! — Como assim? Estás divagando? — Não, Senhora. A amante do Rei é a Mula Tá. — Você disse mula? — Não propriamente a mula. A mula que se encanta numa mulher muito bela. Tomada de indizível surpresa, por alguns momentos sentiu que teria uma vertigem. Não conseguia imaginar seu leal criado mentindo, nem seu marido seduzido por uma ilusão da feitiçaria. Imediatamente, lembrou-se de que tudo poderia ser resultado da visita da Feiticeira Zuzu ao Palácio das Esmeraldas. — Senhor Dugo, iremos amanhã bem cedo à casa da Sacerdotisa das Sombras. Quero que aprontes minha montaria e a da tua mulher, pois terei de levar Calico. Ninguém mais deverá saber onde iremos. Providencie também uma boa vara de gurungumba. Zureta terá que me contar tudo o que sabe e até o que não sabe a respeito desse encantamento... Ah, é o feitiço com as mandrágoras, tenho certeza!
Primeiro se fez o fofamento do solo, depois se incorporou o esterco, em seguida se fez uma cobertura superficial com esterco, após, foi colocado o composto do banheiro seco bem peneirado, na sequência se fez a cobertura com serrapilheira e a bordadura com pseudocaule da bananeira rachado ao meio, os caminhos foram cobertos com folhas de bananeira e para concluir, se fez mais uma cobertura do canteiro com palhada e bordas com lírio do brejo.
O fogo marca uma presença muito forte. Com uma primeira fogueira de lenhas colhidas nas semanas anteriores e um tronco em forquilha fincado 70cm no solo foi feito um cavalete onde serão apoiados outros troncos para serem trabalhados como pilares e vigas da base de camping.
O conjunto da paisagem onde está localizada a produção agrícola conta muito com a qualidade ambiental. A visão unidimensional sobre uma paisagem ou território não faz sentido, pois se trata de uma relação de aparência com o meio ambiente. Contar a quantidade de espécies em uma determinada área e pensar que as espécies observadas expressam a realidade sobre sua riqueza só faz sentido se houver o conhecimento prévio sobre a movimentação das espécies em uma paisagem que extrapola as margens de pequenos produtores rurais, periurbanos e urbanos. Tratando-se de áreas periurbanas mais especificamente, onde a fisionomia se mistura entre urbano, rural e florestal, é possível observar mais claramente o comportamento das espécies em busca de nichos para se alimentar, procriar, viver. Apesar de áreas periurbanas conter muitos ambientes, parece que há uma tendência inegável de que o avanço nunca é para a complexificação do meio natural, mas para a complexificação da urbanização, totalmente antagônico, mesmo assim a urbanização é feita em desarmonia com as propriedades e características do natural, e assim vão se tornando cada vez mais complexos os fluxos e deslocamentos das espécies para encontrar seu nicho ecológico. As vezes o avanço urbano é rápido ou lento, quando o avanço urbano é lento, é possível observar ao longo do tempo mudanças na ocorrência das espécies, por exemplo, pode-se estar em uma chácara e ao longo tempo se observar que houve um aumento na ocorrência de espécies, de repente, aquela ave super rara que você nunca viu na vida pode aparecer, e no senso-comum pode te passar a impressão de que o ambiente entre as cercas da chácara está com ambiente saudável, tão saudável, que espécies raras estão presentes, afinal, se está vendo com os próprios olhos aquele bicho lindo e raro. Porém, nem sempre a presença de um animal ou planta rara na chácara é indicador de que tá tudo bem com o meio ambiente, por isso, é importante observar ao redor onde se tem a produção agrícola. Aproveitando o mesmo caso de exemplo da chácara acima, imagine que, as espécies raras estão aparecendo na chácara periurbana e durante a época de colheita, aqueles deliciosos caquis que iam pra mesa de repente somem e no chão há vários comidos e bicados por aves e, ao mesmo tempo, vários condomínios estão surgindo e urbanizando o entorno de forma lenta e gradual e em uma dessas áreas as mesmas aves que se alimentavam de uma fruta nativa que só tinha ali do lado do riacho que foi impermeabilizado, agora, para sobreviver, essa ave teve que se dispersar e encontrou uma chácara que tem caquis em seu ano mais farto e estão comendo-os, "prejudicando" a colheita do ano e baixando a produtividade. As interações entre atividades humanas e a natureza são perceptíveis quando se presta muita atenção e quando as relações se dão de forma lenta, porém, para observar é necessário entender os padrões de movimentação e dispersão. Da mesma forma, mas análogo, é por exemplo quando se deixa o galinheiro aberto e as galinhas soltas, mas nenhum predador ataca e nem viola o saco de ração, no senso comum, achamos que não há atividade de espécies no entorno, mas as vezes isso pode conter uma estabilidade do ambiente. Outro exemplo. Geralmente as brássicas (família da couve) são apreciadas pelas formigas cortadeiras, mas as vezes no mesmo agroecossistema se consegue colher ou não, mas as condições climáticas não são as mesmas? Sim, mas a qualidade do agroecossistema também cria ilhas, em área periurbana onde há predomínio de chácaras de veraneio e produção agrícola sem escala, o impacto causado pelo uso de fenilpirazóis ou fipronil, um inseticida de amplo espectro, pode fazer com que chácaras agroecológicas ou que não usam defensívos sejam mais atacadas, pois acaba sendo um santuário para organismos despresados por aqueles que prezam pelo higienismo em suas propriedades. O impacto para a comunidade de formigas cortadeiras com o uso do fipronil é grande fazendo com que elas tenham que formar suas comunidades novamente, gastando energia e recursos do ambiente, no caso as couves. Pode-se pensar, mas plantas bem nutridas não são atacadas por formigas, e a trofobiose? Sim, porém, estamos colocando aqui a paisagem periurbana como a degeneração do rural, onde de alguma forma as formigas vão se reabastecer. A trofobiose é uma defesa das plantas, porém, a força para dar continuidade a espécie é muito maior. A construção do agroecossistema é uma tarefa fundamental para a transição agroecológica. Esse processo não é feito da porteira pra dentro, é feito através da coleção de dados e informações sobre as interações entre organismos vivos e os seres humanos. É contraditória qualquer certificação agroecológica isolada, sem a construção e manutenção de agroecossistemas vivos anteriormente.
Usando da sucessão para avançar à floresta, passando pelas hortaliças, junto também tem sementes de mamona, algodão mocó e feijão de porco, também já está plantadas as mudas, tanto de poda quanto madeireiras e frutas e muitas sementes de café e olho de cabra e ao lado a capineira para fornecimento de matéria orgânica à curto prazo.